O que vou contar aqui aconteceu de verdade e me deixou muito excitado. At� hoje me deixa. N�o sei at� que ponto isso � comum, mas eu fico doido quando sinto cheiro de p�nis. Isso mesmo: cheiro de pica – aquele cheiro doce que fica no pau dos caras quando eles n�o lavam. Sempre que passa um cara gostoso, imagino qual deve ser o cheiro do pau dele.
Todo homem conhece esse cheiro. � s� passar um dia inteiro sem banho, de manh� à noite, que o pau fica desse jeito: exala aquele cheiro – que nem � um cheiro de sujeira, mas o cheiro do sebo natural que costuma se acumular no pau. Claro que se o cara ficar mais dias sem se lavar, a coisa vai ficando feia.
Mas esse primeiro cheiro, que � o cheiro da parte mais �ntima do homem, senti-lo � como absorver o masculino, introjetar em si – devorar – o masculino. O impulso de todo desejo � devorar o outro? Aspirar o cheiro � como chegar muito perto do centro do desejo. Ah, tem uns rapazes, às vezes uns que usam bon�, bermuda – mas s�o grandes e passeiam por a�, b�ceps abertos. Imagino que talvez eles se excitem sentindo o cheiro do pr�prio pau depois do treino. Um pau suado de uma rapaz desses, meio ereto, logo ap�s o exerc�cio. Afasta-se o prep�cio e surge a glande, vermelha, de onde brota o cheiro do pau de um rapaz desses. Talvez ele esfregue a m�o no pau e depois a leve ao nariz para sentir o pr�prio cheiro. Devorar a si mesmo?
Pois uma vez fui em viagem de congresso e tive a sorte de, n�o conhecendo ningu�m, ficar no quarto com dois colegas muito, muito tesudos. Um deles especialmente, a coisa mais bonita, moreno com seus l�bios, n�o posso e nem consigo descrever – era indescrit�vel. Eu, j� apaixonado, seria capaz de lhe lamber os p�s, sim, quaquer coisa, era um Deus. Mas simp�tico, hiper-amig�vel, extrovertido, esperto – e hetero. Ai. Esses caras heteros, quando s�o assim, deixam qualquer gay louco. Podia eu fazer alguma coisa? N�o. Fiquei amigo dele. No primeiro dia, andamos, fomos visitar o lugar, era um dia quente e iluminado.
Pra encurtar a hist�ria, � claro que n�o rolou nada. Esse � um relato ver�dico. Mas à tardinha, quando chegamos ao hotel, fiquei sozinho no quarto - meus colegas trocaram de roupa, tomaram banho e sa�ram tomar cerveja no jardim. Ele tamb�m – ele – o Magn�fico. E n�o � que, sobre a cama Dele, um pequeno saco pl�stico, inocente, esperava, mudo. Meus olhos devem ter brilhado. Na hora, tive uma ere��o. O que � que poderia haver dentro do saco? A cueca dele. A cueca que ele tinha usado o dia inteiro, a cueca que durante o dia todo fora �ntima do pau dele, do saco dele, do cu dele. Eu queria ter sido aquela cueca aquele dia.
Tive que verificar. Antes pensei: ser� sacanagem trai��o, ser� feio demais isso que estou prestes a fazer? N�o cheguei a nenhuma conclus�o – o tes�o foi maior. Fui ao saco, desamarrei o leve n� que o amarrava e – bingo! – l� estava ela, ainda morna do corpo dele. Sem pensar, peguei a cueca e cheirei. Era como se eu cheirasse o pr�prio pau dele, era um cheiro muito n�tido, forte, masculino, o cheiro adocicado do pau dele naquela cueca, eu o sinto at� hoje. O suor da parte mais �ntima daquele rapaz, o cheiro da bunda dele, o saco dele, aquela cueca que h� minutos atr�s guardava o tesouro que aquele rapaz at� hoje carrega entre as pernas.
Foi como ir e voltar do para�so. Havia at� um pentelho dele, que respeitei e deixei ali. Devo ter batido umas tr�s punhetas com aquela cueca na cara. O cheiro do pau dele – havia melhor? Os melhores perfumes n�o se comparam.